terça-feira, 17 de outubro de 2017

A jogar às escondidas

As minhas filhas estão numa fase em que se divertem imenso a jogar ás escondidas...

Se fechar os olhos consigo ouvi-las a correr e a dizer: 123 Guigas não salva ninguém!

Tão estranho poder fazer um paralelismo entre um jogo e a nossa vida. Estes fogos, esta confusão toda que o nosso país tem vivido parece, de facto, um jogo.

Não fosse tão grave e tudo o que se tem dito na televisão daria vontade de rir.

Eu sinto-me chocada... profundamente chocada com tudo o que vejo e oiço... 

Em Junho senti empatia com as pessoas que morreram. Eram famílias, como a minha que estavam em sítios giros a passar férias, fins de semana, como eu também estive com os meus e que ficaram ali. Mas pronto, era uma situação excepcional, nunca antes vista, bla, bla...

Agora, arderam sítios que são parte de mim... o Chão do Rio onde estivemos há menos de um ano e onde queria mesmo voltar e São Pedro de Moel... S. Pedro de Moel é como se fosse a minha terra! Onde íamos/vamos todos os anos, recuperar forças, respirar ar puro (que já não há...)

Fecho os olhos e ouço contar... parece que está na altura de nos escondermos outra vez.

Porque é isso que fazemos... escondemo-nos a trás de um voto, ou de uma não ida ás urnas, elegemos pessoas que se preocupam a sério com coisas pouco sérias e que não querem, nem estão dispostas a proteger-nos.

E nós, o que fazemos? Escondemo-nos... deixamos estar, até daqui a quatro meses termos as televisões cheias de alarvidades e este sentimento outra vez.

Não sei se vai ser desta que vou pôr mãos à obra. Na realidade, nem sei muito bem o que poderei fazer e reconheço que também sou boa a esconder-me nestes momentos... se há coisa que sei é reconhecer quando também tenho a minha dose de culpa.

Infelizmente, ainda vamos ouvir muitas vezes:

123... este governo não salva ninguém! 





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